terça-feira, 17 de outubro de 2017

Escuta, é a tua Mãe Natureza que te pergunta: até quando?

© Rosária Pacheco, "O teu rosto", Carvoeiro - Lagoa, 7 de Outubro de 2017



Talho com amor o teu rosto nas rochas com a ajuda dos ventos e das águas; mas tu continuas a ignorar o meu grito de desespero.
Sempre que me magoas com atitudes de desrespeito, com atitudes irresponsáveis, com o teu egoísmo, com a tua ganância, com a tua maldade, acrescento mais uma ruga nesses rostos que teimo em esculpir para chamar-te à razão.
Não vês que a cada mutilação que me fazes, estás a gerar a tua própria destruição?
Talho o teu rosto com todo o amor que tenho por ti; e cada ruga que esculpi nele é um aviso sofrido de quem está cansado de resistir à tua indiferença, à tua irresponsabilidade.
Até quando irás ignorar os meus alertas?
Até quando irás ignorar os meus gemidos de sofrimento?
Até quando irás ignorar a tua própria destruição?
Escuta, é a tua Mãe Natureza que te pergunta:
Até quando?